Termalgin 500 mg 24 comprimidos revestidos
Termalgin 500 Mg 24 Comprimidos é utilizado em adultos e adolescentes a partir dos 12 anos de idade para o alívio sintomático de dores ocasionais ligeiras ou moderadas, tais como dores de cabeça, dores dentárias, dores musculares (contraturas) ou dores nas costas (lombalgia) , bem como em estados febris
Termalgin 500 Mg 24 Comprimidos é utilizado em adultos e adolescentes a partir dos 12 anos de idade para o alívio sintomático de dores ocasionais ligeiras ou moderadas, tais como dores de cabeça, dores dentárias, dores musculares (contraturas) ou dores nas costas (lombalgia) , bem como em estados febris
Antidol (1 G 10 Saquetas de Pó Efervescente)
AÇÃO E MECANISMO
O paracetamol é um derivado do para-aminofenol com atividade analgésica e antipirética.
Efeito analgésico: O seu mecanismo de ação não está completamente esclarecido, mas parece ser mediado fundamentalmente pela inibição da ciclooxigenase a nível central, principalmente da COX-2, diminuindo a síntese de prostaglandinas. Tem também um certo efeito periférico ao bloquear a geração do impulso nervoso doloroso. Propõe-se ainda um possível efeito periférico devido à inibição da síntese de prostaglandinas, ativação do recetor canabinóide CB1, modulação das vias de sinalização serotoninérgica ou opiácea, inibição da síntese de óxido nítrico ou hiperalgesia induzida pela substância P.
Efeito antipirético: Atua no centro termorregulador hipotalâmico, inibindo a síntese de prostaglandinas e os efeitos dos pirogénios endógenos, levando à vasodilatação periférica, aumento do fluxo sanguíneo para a pele e aumento da sudação, que contribuem para a perda de calor.
Na mesma dose, considera-se que possui um poder analgésico e antipirético semelhante ao ácido acetilsalicílico (AAS). Os efeitos são máximos em 1-3 horas e duram 3-4 horas.
Ao contrário do AAS e de outros AINE, não apresenta atividade anti-inflamatória apreciável, exceto em algumas patologias não reumáticas. Uma vantagem em relação aos AINE é que não inibe a síntese de prostaglandinas a nível gástrico, mas parece aumentá-la, não provocando efeitos gastro-lesivos. Da mesma forma, carece de efeitos antiagregantes plaquetários.
FARMACOCINÉTICA
Absorção: Rápida e completa após administração oral, com biodisponibilidade de 75-85%. Após uma dose de 1000 mg, obtém-se uma concentração máxima (Cmax) de 7,7-17,6 mcg/ml após 0,5-2 horas. Apresenta um importante efeito de primeira passagem saturável a partir de doses de 2 g.
- Efeito dos alimentos: Os alimentos podem reduzir a taxa de absorção do paracetamol, embora não modifiquem substancialmente a quantidade absorvida.
Distribuição: Após absorção sistémica, encontra-se amplamente distribuído pela maioria dos tecidos, atingindo concentrações semelhantes às concentrações plasmáticas. O seu volume de distribuição (Vd) é de aproximadamente 1 l/kg. Acumula-se especialmente no fígado e na medula renal. A distribuição é moderadamente rápida, com uma semi-vida plasmática (t1/2) de 1-3 horas, podendo ser mais rápida nos adolescentes. Apresenta uma baixa ligação às proteínas plasmáticas, cerca de 10%, podendo ser de 20-40% na sobredosagem aguda. É capaz de atravessar a placenta e a barreira hematoencefálica, detetando concentrações no líquido cefalorraquidiano (LCR) de 1,5 mcg/ml após infusão intravenosa.
Metabolismo: Sofre um metabolismo hepático intenso (90-95%) através de reações de conjugação, principalmente com ácido glucónico e sulfato. As vias de metabolização são saturáveis em doses elevadas, principalmente a sulfatação, o que faz com que seja metabolizado por vias alternativas pelo citocromo P450 (CYP2E1) que gera metabolitos hepatotóxicos como a N-acetil-P-benzoquinona imina (NAPBI), que consome glutationa. O NAPBI é posteriormente metabolizado em cisteína e ácido mercaptúrico.
- Capacidade indutora/inibitória das enzimas: Não parece apresentar efeitos significativos.
Eliminação: Metabolismo e posterior eliminação na urina, principalmente sob a forma de metabolitos glucuroconjugados (60-70%), e em menor grau conjugados com sulfato (20-30%) e cisteína (3%). Pequenas quantidades são obtidas inalteradas na urina (<3%). A sua semi-vida de eliminação é de 1,5 a 3 horas. Apresenta pequena excreção de bílis (2,6%).
Farmacocinética em situações especiais:
- Crianças: Os recém-nascidos podem ter uma semi-vida ligeiramente mais longa (4-11 horas), enquanto nas crianças mais velhas é semelhante à dos adultos (cerca de 1,5-4,2 horas).
- Idosos: Podem ter uma semi-vida um pouco mais longa.
- Insuficiência renal: A eliminação pode estar diminuída em doentes com insuficiência renal terminal (ClCr < 10 ml/min). É parcialmente removido por hemodiálise, hemoperfusão e diálise peritoneal.
- Insuficiência hepática: Podem ter uma semi-vida ligeiramente mais longa, embora a capacidade de conjugação não esteja modificada.
INDICAÇÕES
Antidol 1 g solução oral está indicado em adultos e adolescentes com mais de 15 anos e peso superior a 50 kg para o tratamento sintomático de dores de intensidade ligeira a moderada, tais como:
- Dor de cabeça
- Odontologia
- Dismenorreia
- Dor músculo-esquelética (contratura muscular, torcicolo, dor lombar, osteoartrite, artrite reumatóide)
- Neuralgia (ciática)
- Dor de garganta
- Dor pós-operatória ou pós-parto
- Tratamento sintomático da febre
POSOLOGIA
Adultos: A dose recomendada é de 500 mg – 1 g de paracetamol (1 saqueta) a cada 4-6 horas, conforme necessário, sem exceder 3 g em 24 horas. Espace as mamadas durante pelo menos 4 horas. Evite doses elevadas durante períodos prolongados devido ao risco de danos no fígado. Se a dor persistir por mais de 5 dias, a febre por mais de 3 dias ou agravar os sintomas, avalie a situação clínica. Para a dor de garganta não deve ser administrado por mais de 2 dias seguidos sem avaliação da situação clínica.
População pediátrica: A dose diária recomendada é de aproximadamente 60 mg/kg/dia, dividida em 4 ou 6 tomas diárias. Utilize dispositivos de medição calibrados e avise os pais sobre o risco de sobredosagem.
- Crianças entre os 33 kg e os 42 kg (10-12 anos): 500 mg de 6 em 6 horas, até um máximo de 4 saquetas por dia.
- Crianças entre os 43 kg e os 50 kg (12-15 anos): 500 mg de 4-6 em 4-6 horas, até um máximo de 5 saquetas (2500 mg) por dia. Ou 650 mg de 6 em 6 horas, até um máximo de 4 saquetas (2600 mg) por dia.
- Adolescentes com mais de 15 anos e peso superior a 50 kg: Podem seguir a posologia para adultos.
Não utilizar em crianças por mais de 3 dias seguidos sem avaliar a situação clínica.
DOSAGEM NA INSUFICIÊNCIA RENAL
- CrCl 50-90 ml/min: Não é necessário ajuste posológico.
- CrCl 10-50 ml/min: 500 mg de 6 em 6 horas.
- CrCl < 10 ml/min: 500 mg de 8 em 8 horas.
Para uso ocasional não são necessárias precauções especiais, mas em tratamentos prolongados recomenda-se a monitorização da função renal.
DOSAGEM NA INSUFICIÊNCIA DO FÍGADO
Utilizar apenas sob supervisão médica, avaliando inicialmente e periodicamente a função hepática. Evitar doses superiores a 2 g/24 horas (via oral) ou 3 g (via intravenosa), com um intervalo mínimo de pelo menos 8 horas.
REGRAS PARA UMA ADMINISTRAÇÃO CORRETA
O paracetamol pode ser tomado com ou sem alimentos. Para um efeito mais rápido, recomenda-se a toma sem alimentos. Interrompa o tratamento assim que os sintomas desaparecerem.
CONSELHOS AO DOENTE
- Pode ser tomado com ou sem alimentos. A administração sem alimentos acelera os efeitos analgésicos.
- Não exceder as doses recomendadas nem utilizar por mais de 10 dias sem aconselhamento médico.
- Consulte o seu médico se a dor persistir após 5 a 10 dias de tratamento, se a febre durar mais de 3 dias ou se os sintomas se agravarem.
- Limitar as doses de paracetamol em doentes que consomem álcool regularmente (3 ou mais bebidas por dia).
- Em caso de sobredosagem, consulte um médico mesmo que não surjam sintomas.
CONTRA-INDICAÇÕES
- Alergia ao paracetamol ou a qualquer componente do medicamento.
- Doença hepática grave e ativa.
PRECAUÇÕES
- Insuficiência renal: Risco de reações renais adversas em tratamentos prolongados. Monitorize a funcionalidade renal.
- Hepatotoxicidade: Risco de danos hepáticos devido a metabolitos hepatotóxicos em doses elevadas. Evite em doentes com doença hepática ou outros riscos de lesões hepáticas. Utilizar sob critério médico com avaliação periódica da funcionalidade hepática.
- Alergia aos salicilatos: Cuidado em doentes alérgicos ao ácido acetilsalicílico.
- Discrasias sanguíneas: Vigie a contagem sanguínea em tratamentos prolongados.
- Funcionalidade pancreática: Interromper o tratamento com paracetamol pelo menos três dias antes do teste da bentiromida.
- Insuficiência cardíaca: Cuidado em doentes com insuficiência cardíaca.
PRECAUÇÕES RELACIONADAS COM OS EXCIPIENTES
- Contém azorubina como excipiente, que pode causar reações alérgicas.
- Contém sorbitol e glicose. Os doentes com intolerância hereditária à frutose ou má absorção de glicose não devem tomar este medicamento.
- Pode prejudicar os dentes se for utilizado de forma a que se mantenha em contacto com a boca.
AVISOS ESPECIAIS
- Embora não reduza consideravelmente a inflamação, foram obtidos efeitos muito positivos nos processos artríticos do joelho, provavelmente devido ao seu efeito analgésico.
- Monitorização da função renal e hemograma em tratamentos de longa duração.
- Monitorização da função hepática em doentes com elevado risco de hepatotoxicidade.
INTERAÇÕES
Em geral, não se espera que as interações com o paracetamol sejam graves, devido à sua utilização ocasional. Apenas nos doentes tratados com doses elevadas, especialmente se existirem outros fatores de risco para a hepatotoxicidade, ou em tratamentos de longa duração, é expectável que as interações tenham significado clínico.
- AINEs: Possível aumento do risco de lesão renal.
- Anticoagulantes orais: Monitorizar o INR em tratamentos prolongados com doses elevadas.
- Bussulfano: Risco de toxicidade.
- Cloranfenicol: Risco de toxicidade hematológica.
- Medicamentos que atrasam o esvaziamento gástrico: podem atrasar a absorção do paracetamol.
- Medicamentos hepatotóxicos: Evitar a sua administração conjunta.
- Indutores enzimáticos: Podem reduzir os níveis plasmáticos de paracetamol.
- Inibidores enzimáticos: podem aumentar os níveis plasmáticos de paracetamol.
- Inibidores da transcriptase reversa: Podem aumentar a toxicidade hematológica e a hepatotoxicidade do paracetamol.
- Lamotrigina: O paracetamol pode reduzir os efeitos terapêuticos.
- Resinas de troca iónica: Podem reduzir a absorção do paracetamol.
GRAVIDEZ
- Segurança em animais: Não foram registados efeitos teratogénicos.
- Segurança em humanos: Dados extensos indicam ausência de toxicidade fetal/neonatal ou malformações congénitas. Pode atravessar a barreira placentária. Não é recomendado em doses elevadas ou por períodos prolongados.
LACTAÇÃO
- Segurança no Homem: É excretado em pequenas quantidades no leite materno. Não foi relatada nenhuma reação adversa na criança.
CRIANÇAS
O paracetamol é seguro em crianças, mas o seu uso sob supervisão médica é recomendado em crianças com menos de 3 anos. Vigie de perto a dosagem para evitar envenenamento.
IDADE AVANÇADA
Foi notificada depuração reduzida em doentes idosos. Alguns fabricantes recomendam reduzir a dose em 25%, mas nem todos consideram este cuidado necessário.
REAÇÕES ADVERSAS
O paracetamol é geralmente bem tolerado e as suas reações adversas são raras.
- Hepático: Aumento das transaminases, fosfatase alcalina, hiperbilirrubinemia, hepatotoxicidade, icterícia.
- Cardiovasculares: Hipotensão.
- Neurológico/psicológico: Tonturas, desorientação, excitabilidade.
- Geniturinário: Perturbações renais.
- Alergénios: Reações de hipersensibilidade, erupções cutâneas, urticária, anafilaxia.
- Hematológico: Trombocitopenia, agranulocitose, leucopenia, neutropenia, anemia hemolítica, metemoglobinemia.
- Metabólico: Hipoglicemia.
- Analítico: Alterações da lactato desidrogenase, creatinina sérica, níveis de amónia, azoto ureico.
- Geral: Mal-estar geral.
SOBREDOSE
Sintomas: Envenenamento muito grave e com risco de vida. A toxicidade pode surgir com doses únicas de 6 g em adultos ou 100 mg/kg em crianças. Doses superiores a 20-25 g são potencialmente fatais. Doses crónicas superiores a 4 g/24 h podem resultar em hepatotoxicidade transitória. No entanto, os doentes tratados com outros fármacos hepatotóxicos, indutores enzimáticos ou com alcoolismo crónico poderiam ser mais susceptíveis aos seus efeitos tóxicos, necessitando de doses mais baixas para produzir toxicidade.
- Fase I: Mal-estar geral, náuseas, vómitos, dor abdominal, palidez, sudação e anorexia.
- Fase II: Dor abdominal no hipocôndrio direito, aumento dos níveis de transaminases e bilirrubina.
- Fase III: Elevação das transaminases, bilirrubina, glicose, lactato e fosfato, encefalopatia e coma.
- Fase IV: Recuperação 7-8 dias após sobredosagem.
Tratamento: Aspiração e lavagem gástrica, carvão ativado, N-acetilcisteína como antídoto específico. Vigie a função hepática a cada 24 horas se surgirem sintomas de hepatotoxicidade.
- Via endovenosa: Dose de 300 mg/kg durante 20 horas e 15 minutos.
- Via oral: Inicialmente 140 mg/kg, seguido de 17 doses de 70 mg/kg/4 h.
A eficácia do tratamento com N-acetilcisteína é máxima nas 8 horas após a sobredosagem.