Nicorette 4 Mg 30 Gomas de mascar medicadas
Nicorette é uma marca de medicamentos destinados a auxiliar no processo de parar de fumar e combater os sintomas de abstinência relacionados ao tabagismo. A goma medicinal Nicorette contém 4 mg de nicotina e é usada como terapia de reposição de nicotina.
Nicorette é uma marca de medicamentos destinados a auxiliar no processo de parar de fumar e combater os sintomas de abstinência relacionados ao tabagismo. A goma medicinal Nicorette contém 4 mg de nicotina e é usada como terapia de reposição de nicotina.
Nicorette (4 Mg 30 gomas medicinais)
AÇÃO E MECANISMO
- [ANTI-FUMO], [GANGLIOPLÉGICO]. A nicotina é um agonista dos receptores colinérgicos nicotínicos, localizados principalmente nos gânglios autônomos, medula adrenal, junção neuromuscular e sistema nervoso central. Os efeitos da nicotina no organismo são múltiplos e variados, e dependem da dose administrada e do tônus vegetativo da pessoa.
A nicotina também é responsável pela dependência do tabaco em fumantes, possivelmente por dois mecanismos. Em doses baixas parece ter um efeito estimulante no córtex através do locus ceruleus, com aumento da cognição e do estado de alerta. Em doses mais altas, parece dar origem a um "efeito de recompensa" originário do sistema límbico.
A interrupção abrupta do uso do tabaco após um período prolongado de uso leva a uma síndrome de abstinência característica, que inclui sintomas como disforia, insônia, irritabilidade, raiva, ansiedade, dificuldade de concentração, agitação, bradicardia e aumento do apetite com ganho de peso. O desejo por nicotina também é apreciado.
A administração de nicotina através de adesivos ou goma de mascar exerce efeitos semelhantes aos obtidos com o tabaco, e fornece, para quem deseja parar de fumar, a quantidade de nicotina suficiente para reduzir o aparecimento de sintomas de abstinência. A dose de nicotina é gradualmente reduzida, até que o corpo possa passar sem ela.
FARMACOCINÉTICA
- Absorção:
* Goma de Mascar: As gomas de mascar liberam a droga uniformemente durante a mastigação. A nicotina liberada é absorvida muito rapidamente. Parte dele é ingerido com a saliva, mas tem uma biodisponibilidade muito baixa, pois é parcialmente inativado no estômago e no intestino e sofre um intenso efeito hepático de primeira passagem. A nicotina mal é liberada da goma se for ingerida.
A liberação de nicotina é altamente variável (45-90% após 20-30 minutos) e depende da intensidade e do tempo de mascar a goma. Após a administração de 2 mg de goma de mascar, obtém-se uma Cmáx de 6,4 ng/ml após 25-30 minutos. Esses níveis são 2 a 5 vezes menores do que os obtidos após fumar um cigarro.
- Distribuição: Pouco se liga às proteínas plasmáticas (5%). Seu Vd quando administrado por via intravenosa é de cerca de 2-3 l/kg. A nicotina atravessa a barreira hematoencefálica e a barreira placentária. É excretado com leite.
- Metabolismo: A nicotina é intensamente metabolizada no fígado, e em menor grau nos pulmões e rins, muito rapidamente, dando origem a mais de 20 metabólitos, menos ativos que a molécula original. O principal metabólito é a cotinina, que aparece em concentrações plasmáticas 10 vezes maiores que a nicotina.
- Eliminação: A nicotina é eliminada por metabolismo hepático e posterior excreção urinária dos metabólitos. Até 10% da dose é recuperada inalterada na urina, embora se o pH urinário for inferior a 5, até 30% pode ser obtido. A meia-vida da nicotina quando administrada artificialmente é de 1-3 horas, em comparação com 15-20 horas para a nicotina do tabaco. O Cl é de cerca de 70 l/hora.
Farmacocinética em situações especiais:
- Idosos: Em idosos saudáveis ocorre uma ligeira diminuição da depuração da nicotina, mas isso não justifica o reajuste da dose.
- Insuficiência renal: Em doentes com insuficiência renal, observa-se um aumento dos níveis plasmáticos de nicotina dependendo do grau de funcionalidade renal.
- Insuficiência hepática: A farmacocinética da nicotina não é afetada em pacientes com insuficiência hepática leve (escala de Child-Pugh de 5), enquanto a Cl está diminuída em pacientes cirróticos com insuficiência hepática moderada (escala de Child-Pugh de 5).7).
INDICAÇÕES
- [DEPENDÊNCIA DE TABACO]. Tratamento adjuvante em programas de cessação tabágica, com o objetivo de aliviar os sintomas da síndrome de abstinência de nicotina.
Embora esses produtos imitem os efeitos do tabaco, eles nunca devem ser usados como substitutos do tabaco.
POSOLOGIA
"PASTILHAS ELÁSTICAS"
As características da goma de mascar como forma farmacêutica são tais que podem levar a diferentes níveis individuais de nicotina no sangue. Portanto, a frequência de dosagem deve ser ajustada de acordo com as necessidades individuais dentro do limite máximo estabelecido.
- Adultos: A dose dependerá da dependência e do número de cigarros fumados. Recomenda-se iniciar com 2 mg de goma, administrando uma goma quando o paciente sentir necessidade de fumar. Caso a administração de 15 gomas de mascar seja insuficiente ou se fuma mais de 20 cigarros por dia, serão administradas doses unitárias de 4 mg.
A dose diária é geralmente entre 8-12 pastilhas elásticas, até um máximo de 25 pastilhas elásticas. Durante a fase inicial do desmame, recomenda-se não exceder 15 gomas de mascar por dia.
A duração do tratamento também é variável, embora deva ser seguido por um período mínimo de 3 meses. Após esse período, o usuário deve reduzir gradativamente o número de gomas de mascar por dia. A interrupção abrupta da administração da goma de mascar não é conveniente, uma vez que o paciente pode recidivar. Quando o paciente reduz a dose para 1 ou 2 unidades diárias, o tratamento pode ser abandonado.
A goma de 2 mg pode não ser suficiente em pacientes com dependência forte ou muito forte, como pacientes que fumam mais de 20 cigarros por dia ou que falharam em tentativas anteriores de parar de fumar usando terapia de reposição de nicotina.
- Crianças: A segurança e eficácia em crianças e adolescentes com menos de 18 anos de idade não foram avaliadas.
Duração do tratamento: O uso deste produto não é recomendado por períodos superiores a 6 meses, embora alguns pacientes possam necessitar de períodos de tratamento mais longos.
REGRAS PARA ADMINISTRAÇÃO CORRETA
O paciente deve parar de fumar completamente durante o tratamento com nicotina, devido ao risco de reações adversas à nicotina devido ao aumento dos níveis de nicotina no plasma. Não é aconselhável combinar os adesivos com gomas de mascar ou comprimidos no tratamento.
O consumo simultâneo de bebidas ácidas, como café ou refrigerantes, pode reduzir a liberação de nicotina de gomas de mascar ou comprimidos. Recomenda-se evitar o consumo dessas bebidas nos 15 minutos anteriores à administração da nicotina.
- Chiclete: O chiclete deve ser mastigado de forma suave e lenta, aguardando alguns segundos entre as mastigações, pois uma mastigação muito rápida pode causar rápida absorção da nicotina, causando reações adversas. A mastigação continuará até que seu sabor se torne intenso ou uma certa sensação de formigamento seja sentida. Em seguida, a goma de mascar será colocada entre a gengiva e a parede bucal. Quando o sabor diminui, a goma deve ser mastigada novamente. Esta rotina será repetida por 30 minutos.
CONTRAINDICAÇÕES
- Hipersensibilidade a qualquer componente do medicamento.
- Não fumadores ou fumadores ocasionais.
PRECAUÇÕES
- [INSUFICIÊNCIA RENAL]. A nicotina e seus metabólitos são excretados na urina, portanto, uma diminuição da função renal pode levar ao seu acúmulo. Como os metabólitos também são ativos, podem ocorrer reações adversas. Não foram descritas diferenças significativas na incidência de reações adversas em doentes com insuficiência renal ligeira ou moderada (CLcr entre 30-90 ml/minuto), mas recomenda-se uma monitorização rigorosa destes doentes. Em pacientes com insuficiência renal grave (CLcr menor que 30 ml/minuto) a segurança e eficácia não foram avaliadas, portanto seu uso não é recomendado (Ver Contra-indicações).
- [INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA]. A nicotina é extensivamente metabolizada no fígado, portanto, em caso de insuficiência hepática, pode ocorrer acúmulo de nicotina. Precauções extremas são recomendadas em pacientes com insuficiência hepática leve ou moderada, monitorando o possível aparecimento de reações adversas. A segurança e eficácia em pacientes com insuficiência hepática grave não foram avaliadas, portanto seu uso não é recomendado (Ver Contra-indicações).
- Doença cardíaca. A nicotina tem efeitos estimulantes cardíacos e vasoconstritores, podendo piorar as condições cardiovasculares. Reações adversas cardiovasculares com nicotina foram ocasionalmente descritas. No entanto, parece que a administração de nicotina por via oral ou transdérmica não parece estar relacionada com um risco particularmente significativo de sofrer uma condição cardiovascular. Pacientes com doença cardíaca devem ser aconselhados a parar de fumar, se possível sem terapia de reposição de nicotina. No entanto, se isso não for possível, recomenda-se avaliar adequadamente a necessidade de tratamento, estudar os benefícios e riscos, e tomar precauções extremas em pacientes com [INSUFICIÊNCIA CARDÍACA] recente, [DOENÇA CARDÍACA ISQUÊMICA] como [INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO] ou [ ANGINA PECTORIS], [ARRITMIA CARDÍACA], [AVC] e doenças vasoespásticas como [TROMBOANGEITIS OBLITERANTES], [ANGINA DE PRINZMETAL] ou [SÍNDROME DE RAYNAUD]. Da mesma forma, recomenda-se cautela especial no caso de pacientes com [HIPERTENSÃO ARTERIAL], pois a nicotina pode aumentar a pressão arterial. Caso o paciente apresente agravamento de algum destes sintomas, é aconselhável suspender o tratamento (ver Contra-indicações).
- [FEOCROMOCITOMA], [HIPERTIREOIDISMO] ou qualquer condição que possa ser agravada por catecolaminas, como [DIABETES MELLITUS TIPO 1]. A nicotina estimula a produção e liberação de catecolaminas na medula adrenal. Isso pode levar a um agravamento dos sintomas, como feocromocitoma, hipertireoidismo ou diabetes. Em geral, a administração de nicotina apresenta menos riscos do que continuar fumando, mas recomenda-se avaliar previamente a relação risco-benefício nesses pacientes.
- [ÚLCERA PÉPTICA] e outros processos inflamatórios do estômago, como [GASTRITE]. A nicotina atrasa a cicatrização das ulcerações gastroduodenais, pelo que se recomenda a sua utilização nestes doentes apenas se os benefícios superarem os possíveis riscos.
- Unidade. Qualquer preparação com nicotina apresenta risco de produzir dependência, embora devido aos níveis plasmáticos mais baixos alcançados, seja menos provável do que com o próprio tabaco. No entanto, a interrupção abrupta do tratamento pode levar a uma síndrome de abstinência semelhante à que ocorre quando se para de fumar. Por esta razão, recomenda-se descontinuar gradualmente a administração de nicotina e não suspender o tratamento até que haja relativa certeza de que não ocorrerá uma síndrome de abstinência.
- [REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE]. Cuidado em pacientes suscetíveis a desenvolver [ANGIOEDEMA] ou [URTICÁRIA].
- Inflamações do trato digestivo superior, como [ESOFAGITE] ou [FARINGITE]. A nicotina pode exacerbar esses processos.
- Pacientes com dentaduras ou com qualquer distúrbio de mastigação podem apresentar problemas ao mascar chicletes, por isso é recomendado o uso de outras formas de administração como adesivos.
PRECAUÇÕES RELACIONADAS AOS EXCIPIENTES
- Este medicamento contém sorbitol. Pacientes com [INTOLERÂNCIA À FRUTOSE] hereditária não devem tomar este medicamento.
- Este medicamento contém sais de sódio, que devem ser levados em consideração em pacientes com dietas com baixo teor de sódio.
CONSELHOS AO PACIENTE
- É aconselhável reduzir a dose gradualmente, para evitar uma recaída.
- As preparações à base de nicotina podem causar dependência.
- É aconselhável notificar o médico de quaisquer sintomas de sobredosagem, tais como náuseas, vómitos, diarreia, tonturas, fraqueza ou palpitações.
- Se aparecer dor no peito, recomenda-se interromper o tratamento e consultar um médico.
- Não fume durante o tratamento, nem combine chicletes ou pastilhas com adesivos.
- Se a nicotina for administrada a mulheres lactantes, deve ser feita pelo menos duas horas antes de amamentar a criança.
- Períodos de tratamento superiores a 6 meses não são recomendados.
- O medicamento não deve ser deixado onde possa ser mal utilizado, manuseado ou ingerido por crianças, pois pode causar toxicidade grave que pode ser fatal.
- A goma deve ser mastigada lentamente, para evitar a absorção muito rápida da nicotina.
- O tratamento deve ser descontinuado se ocorrerem problemas orais, indigestão permanente ou dor de garganta grave.
- Antes de administrar um chiclete, é recomendável esperar pelo menos 15 minutos, caso tenha ingerido antes café ou outras bebidas ácidas.
- Recomenda-se não administrar mais de 25 gomas de mascar diariamente, e não mais de 15 gomas de mascar no início do tratamento.
- O aconselhamento profissional pode ser suficiente para ajudar os fumadores a deixar de fumar.
- A duração do tratamento e a dosagem necessária dependem da dependência da pessoa, embora geralmente seja necessário um tratamento de pelo menos 3 meses.
- Recomenda-se avaliar a relação risco-benefício em pacientes com problemas cardiovasculares antes de iniciar o tratamento.
INTERAÇÕES
A fumaça do tabaco parece se comportar como um agente indutor enzimático, provavelmente devido aos hidrocarbonetos aromáticos policíclicos na fumaça, gerados durante a combustão parcial da fibra vegetal, e talvez à nicotina. Ao induzir o metabolismo, principalmente a isoenzima CYP1A2 do citocromo P450, pode produzir-se uma diminuição dos efeitos farmacológicos. Da mesma forma, quando se deixa de fumar, podem aumentar as concentrações plasmáticas dos fármacos metabolizados por esta via, pelo que podem por vezes aparecer efeitos tóxicos. Portanto, pode ser necessário reajustar a posologia de medicamentos como anticoagulantes orais, benzodiazepínicos de metabolização hepática, cafeína, clorpromazina, dextropropoxifeno, estrógenos, fenacetina, fenazona, flecainida, flufenazina, haloperidol,
Outros efeitos relatados do tabagismo incluem resposta diurética reduzida à furosemida, modificação do efeito farmacológico do propranolol e taxas de resposta alteradas na cicatrização de úlceras com antagonistas H2.
Em diabéticos tabagistas, existe a possibilidade de diminuição do efeito antidiabético da insulina, provavelmente devido ao aumento dos níveis de catecolaminas, que se opõem à sua ação hipoglicemiante, e à dificuldade de absorção subcutânea da insulina devido à vasoconstrição periférica. Fumantes geralmente requerem uma dose 15-30% maior para controlar seus níveis de glicose no sangue. Ao parar de fumar, geralmente é necessária uma diminuição na dose de insulina.
Esses efeitos indutores enzimáticos não foram observados quando a nicotina é administrada na forma de preparações para cessação do tabagismo, portanto pode ser necessário um reajuste da dosagem dessas drogas.
A nicotina pode interagir com os seguintes medicamentos:
- Agonistas e antagonistas adrenérgicos. A nicotina estimula a produção adrenal de cortisol e catecolaminas, podendo assim modificar os efeitos das drogas adrenérgicas. Da mesma forma, a administração de um fármaco vasoconstritor, como um agonista adrenérgico, ou um vasodilatador, como um betabloqueador, pode alterar a absorção transdérmica da nicotina.
- Bupropiona. A eficácia e segurança da combinação de bupropiona com nicotina não foram estudadas. De fato, o uso de nicotina foi critério de exclusão nos primeiros ensaios clínicos realizados com bupropiona. Os fabricantes desta droga descreveram um possível risco aumentado de hipertensão, com 6,1% versus 2,5% para bupropiona sozinha.
No entanto, dados clínicos limitados sugerem que a combinação de bupropiona com adesivos de nicotina pode alcançar melhores resultados na cessação do tabagismo. Caso se decida combinar adesivos de nicotina com comprimidos de bupropiona, recomenda-se aferir a pressão arterial semanalmente, dado o risco de crise hipertensiva.
GRAVIDEZ
Segurança animal: Em estudos com macacos, a administração de um bolus de 2 mg/kg de nicotina intravenosa resultou em acidose fetal, hipóxia, hipercapnia e hipotensão. O fluxo sanguíneo uterino foi reduzido em 30% pela administração de uma infusão de 0,1 mcg/kg/minuto.
Segurança em humanos: fumar durante o último trimestre em mulheres grávidas pode causar danos fetais, como retardo de crescimento, risco de aborto espontâneo e aumento da mortalidade perinatal, embora seu potencial teratogênico não tenha sido claramente estabelecido. Verificou-se que o tabaco também pode reduzir os movimentos respiratórios fetais. Esses efeitos também foram observados com goma de nicotina.
Portanto, a gestante deve ser orientada a parar completamente de fumar antes do terceiro trimestre de gravidez. Devido ao risco inerente que a administração da terapia de reposição de nicotina também apresenta, recomenda-se o uso de programas educacionais e comportamentais antes de iniciar esse tratamento.
Entretanto, em gestantes altamente dependentes, pode ser necessário recorrer à terapia de reposição de nicotina. Essa terapia apresenta menos riscos do que o tabagismo, pois as concentrações plasmáticas de nicotina alcançadas são menores e também não há exposição a hidrocarbonetos policíclicos e monóxido de carbono.
A cessação do tabagismo, com ou sem terapia de reposição de nicotina, não deve ser realizada individualmente pelo paciente, mas sim como parte de um programa de cessação do tabagismo supervisionado por um médico.
No terceiro trimestre, a nicotina tem efeitos hemodinâmicos, como alterações na frequência cardíaca fetal, que podem afetar o feto próximo ao parto. Portanto, a partir do sexto mês de gestação, a nicotina só deve ser utilizada em gestantes fumantes que não conseguiram parar de fumar no terceiro trimestre, e sempre sob orientação médica.
Efeitos na fertilidade: Fumar aumenta o risco de infertilidade em mulheres e homens. Estudos in vitro mostraram que a nicotina pode afetar negativamente a qualidade do esperma humano. Foi observada diminuição da qualidade do esperma e diminuição da fertilidade em ratos.
LACTAÇÃO
Segurança em animais: não há dados disponíveis.
Segurança em humanos: A nicotina e seus metabólitos são excretados no leite por até 2 horas após o último cigarro. Os níveis alcançados no leite são 2,9 vezes superiores aos do plasma. Deve-se ter em mente que a quantidade de nicotina presente no leite materno é menor em usuárias de medicamentos à base de nicotina do que em fumantes. A nicotina pode ser absorvida por via oral pelo lactente em maior extensão do que no adulto, devido à imaturidade dos mecanismos metabólicos hepáticos e consequente redução do efeito de primeira passagem.
As pacientes que amamentam devem ser aconselhadas a não fumar ou usar nicotina para parar. No entanto, em pacientes altamente dependentes que não conseguiram parar de fumar, o risco do uso de nicotina para o lactente deve ser avaliado e comparado com o da exposição ao tabaco.
Se a terapia de reposição for seguida, recomenda-se usar apenas gomas de mascar ou comprimidos e administrá-los após a amamentação do bebê. Pelo menos mais duas horas devem decorrer antes que a criança possa ser amamentada novamente.
Uma mulher grávida nunca deve iniciar um programa de cessação do tabagismo com nicotina sem consultar seu médico.
CRIANÇAS
A segurança e a eficácia das preparações de nicotina em crianças menores de 18 anos não foram avaliadas, portanto seu uso não é recomendado.
Doses de nicotina bem toleradas por fumantes adultos durante o tratamento podem causar sintomas de intoxicação grave e até fatal em crianças pequenas. Os pacientes devem ser advertidos de que as preparações de nicotina devem ser manuseadas com cuidado e não armazenadas ou descartadas de forma que crianças possam usá-las ou consumi-las acidentalmente.
IDADE AVANÇADA
Não foram realizados estudos farmacocinéticos específicos em idosos, mas os efeitos adversos e a taxa de recaída em pacientes com mais de 60 anos são semelhantes aos dos jovens. Entretanto, nesses pacientes a presença de cardiopatia tende a ser mais frequente, sendo descrito um discreto aumento na incidência de astenia, dores no corpo e tontura.
REAÇÕES ADVERSAS
Este medicamento pode causar reações adversas relacionadas aos efeitos farmacológicos da nicotina ou efeitos de abstinência relacionados à cessação do tabagismo. Certos sintomas relatados, como depressão, irritabilidade, nervosismo, inquietação, mau humor, ansiedade, sonolência, perda de concentração, insônia e distúrbios do sono podem estar relacionados a sintomas de abstinência associados à cessação do tabagismo.
As reações adversas mais comuns aos adesivos são aquelas que ocorrem no local da aplicação, incluindo erupção cutânea transitória, coceira, sensação de queimação, formigamento, dormência, inchaço, dor e urticária. A maioria dessas reações tópicas são menores e são rapidamente resolvidas com a remoção do adesivo. Foi relatada dor ou sensação de peso nas extremidades ou na área ao redor da aplicação do adesivo (por exemplo, no peito). Foram relatadas reações de hipersensibilidade, incluindo dermatite de contato e reações alérgicas. No caso de reações locais graves ou persistentes no local de aplicação (por exemplo, eritema grave, prurido ou edema) ou reações cutâneas generalizadas (por exemplo, urticária ou erupção cutânea generalizada), os pacientes devem parar de usar os adesivos e consultar seu médico. A dose desta droga deve ser reduzida ou descontinuada se houver um aumento clinicamente significativo nos efeitos cardiovasculares ou outros atribuídos à nicotina.
As reações adversas mais características são:
- Digestivo: É normal (20-40%) que [DISPEPSIA], [NÁUSEA], [VÔMITO] ou [HIPERACIDEZ GÁSTRICA] apareçam. Menos frequente é o aparecimento de [BOCA SECA], [ANOREXIA], [DIARREIA], [CONSTIPAÇÃO], [DOR ABDOMINAL], [FLATULÊNCIA] ou [HIPO].
A goma de mascar também pode produzir [HIPERSALIVAÇÃO], sintomas de inflamação da cavidade oral, como [ESTOMATITE], [GLOSSITE], [PERIODONTITE], [FARINGITE], [ESOFAGITE] e dor nos músculos da mandíbula, devido à sua grande gosma . Essas reações adversas aparecem no início do tratamento, e podem ser reduzidas com uma correta administração da goma de mascar.
- Neurológico/psicológico. É comum (1-25%) produzir [DIZZINHAS] (3-9%), [DOR DE CABEÇA] (17-29%), [INSÔNIA] (3-23%), [REDUÇÃO DA CONCENTRAÇÃO] (1- 3% ) e [IRRITABILIDADE]. Em ocasiões mais raras (<1%), [EUFORIA], [SONO], [CONFUSÃO], [DEPRESSÃO], [PARESTESIA] e [convulsões] foram descritos. A síndrome [DEPENDÊNCIA DE TABACO] pode ocorrer se a abstinência for abrupta ou prematura.
- Cardiovascular. Casos de [HIPERTENSÃO ARTERIAL] e [EDEMA] foram descritos. Ocasionalmente (1-0,1%) [PALPITAÇÕES] podem ocorrer, e mais raramente (<0,1%) [ARRITMIA CARDÍACA]. Alguns casos de [INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO], [FIBRILAÇÃO AURICULAR] e [CITUS] foram descritos em pacientes tratados com adesivos de nicotina. No entanto, não foi possível estabelecer uma relação causal com a nicotina.
- Respiratório. Alguns casos de [SDT] (3-9%), congestão torácica e [DISPNEIA] foram descritos.
A nicotina administrada por via nasal pode causar fenômenos de irritação local, como [CONGESTÃO NASAL], [ESPIRROS], irritação da mucosa, [FARINGITE], [SINUSITE], [EPISTAXE], [CONJUNTIVITE], [DISGEUSIA] e [PAROSMIA]. Esses efeitos aparecem com muita frequência (94%) no início do tratamento, mas diminuem com o uso continuado.
- Alérgico/dermatológico. A nicotina pode levar a [REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE], com prurido e eritema, e até [ANGIOEDEMA].
Os adesivos causaram reações locais em algumas pessoas, como [ERITEMA] (14-17%), que desapareceu após 24 horas, edema localizado (3-4%), [PRURITO], sensação de queimação na área de aplicação (35-47%), [DERMATITE DE CONTATO] (2-3%) e [VASCULITE]. Em caso de reações adversas graves, como [DERMATITE] (1-7%) ou reações dermatológicas generalizadas, como eritema ou lesões graves, recomenda-se suspender o tratamento. A administração de corticosteroides tópicos e/ou anti-histamínicos orais tem se mostrado eficaz na reversão desses sintomas.
- Osteomuscular. As manchas ocasionalmente deram origem a [MIALGIA] e [DOR OSTEOMUSCULAR] (3-9%).
- Generais. Alguns casos de [DOR NO PEITO], [ASTENIA], [DOR NAS COSTAS] ou [HIPERIDROSE] foram descritos.
SUPERDOSE
Sintomas: A nicotina é uma substância muito tóxica e doses de 0,6-0,9 mg/kg podem ser letais em humanos. Entretanto, há grande variabilidade interindividual, pois fumantes crônicos podem tolerar doses maiores que crianças e não fumantes, devido ao desenvolvimento de tolerância. Em crianças, uma pequena dose de nicotina pode ser perigosa e levar a sintomas graves e até fatais, por isso é recomendado que esses medicamentos sejam mantidos fora do alcance das crianças e que em caso de suspeita de intoxicação, um médico deve ser consultado imediatamente. doutor.
Apesar da grande toxicidade da nicotina, existem poucos dados disponíveis sobre envenenamento por ela. O envenenamento pode ocorrer se várias gomas forem mascadas ao mesmo tempo, vários comprimidos forem chupados, vários adesivos forem administrados ou se esses dispositivos forem combinados entre si ou com tabaco.
Em caso de ingestão de nicotina, o risco de overdose é baixo, pois ela é liberada lentamente em pequenas quantidades e é inativada por um efeito de primeira passagem. Além disso, o vômito costuma ocorrer rapidamente, o que impede a absorção da nicotina.
Em geral, o envenenamento por nicotina resulta nos mesmos sintomas do uso excessivo de tabaco. No entanto, deve-se ter em mente que a fumaça do tabaco contém outras substâncias tóxicas, como alcatrão e monóxido de carbono. Os sintomas gerais de envenenamento incluem náusea, vômito, diarréia, dor abdominal, dor de cabeça, nervosismo, irritabilidade, insônia, tontura, taquicardia e palpitações, hipertensão ou hipotensão, prolongamento do intervalo QT, palidez, fraqueza muscular, sudorese, salivação excessiva, queimação na garganta, distúrbios da visão e audição, dispnéia. Nos casos mais graves, pode ocorrer letargia, colapso circulatório, convulsões, coma e morte por paralisia respiratória central ou periférica ou, ocasionalmente, por insuficiência cardíaca.
Tratamento:
- Formas orais: Não há antídoto específico para a nicotina. A nicotina deve ser interrompida imediatamente e medidas tradicionais para promover a eliminação devem ser instituídas.
Se o paciente não vomitou anteriormente e está consciente, o estômago deve ser esvaziado rapidamente induzindo o vômito com xarope de ipeca. Em pacientes comatosos com convulsões ou perda de reflexos, recomenda-se lavagem gástrica com tubo de grande diâmetro. Em seguida, será administrada uma suspensão de carvão ativado.
A administração de um laxante salino ou sorbitol para acelerar o trânsito intestinal também pode ser útil.
Será feita uma tentativa de manter o indivíduo em uma posição adequada e aquecido, para manter a temperatura corporal normal.
Os sintomas de envenenamento serão tratados sintomaticamente. As convulsões e a excitabilidade podem ser tratadas pela administração de benzodiazepínicos, enquanto a taquicardia pode requerer a administração de um betabloqueador. A bradicardia responde à administração de atropina. A hipotensão e o colapso vascular devem ser tratados intensivamente pela administração de fluidos intravenosos ou outras medidas eficazes.
Se necessário, em caso de paralisia respiratória, será instituída respiração artificial.