Antidol Infantil 100 Mg/Ml 1 Frasco Solução Oral 90 Ml
O Antidol Infantil pertence a um grupo de medicamentos denominados analgésicos e antipiréticos. Este medicamento é utilizado em estados febris e no alívio de dores ligeiras ou moderadas em crianças entre os 3 e os 32 kg de peso (aproximadamente dos 0 aos 10 anos).
O Antidol Infantil pertence a um grupo de medicamentos denominados analgésicos e antipiréticos. Este medicamento é utilizado em estados febris e no alívio de dores ligeiras ou moderadas em crianças entre os 3 e os 32 kg de peso (aproximadamente dos 0 aos 10 anos).
Antidol Infantil 100 Mg/Ml 1 Frasco Solução Oral 90 Ml
Paracetamol
ACÇÃO E MECANISMO: O paracetamol é um derivado do para-aminofenol, com actividade analgésica e antipirética.
Efeito analgésico: O seu mecanismo de ação não está completamente esclarecido, mas parece ser mediado fundamentalmente pela inibição da ciclooxigenase a nível central, principalmente da COX-2, diminuindo a síntese de prostaglandinas. Tem também um certo efeito periférico ao bloquear a geração do impulso nervoso doloroso. Propõe-se ainda um possível efeito periférico devido à inibição da síntese de prostaglandinas, ativação do recetor canabinóide CB1, modulação das vias de sinalização serotoninérgica ou opiácea, inibição da síntese de óxido nítrico ou hiperalgesia induzida pela substância P.
Efeito antipirético: Atua no centro termorregulador hipotalâmico, inibindo a síntese de prostaglandinas e os efeitos dos pirogénios endógenos, levando à vasodilatação periférica, aumento do fluxo sanguíneo para a pele e aumento da sudação, que contribuem para a perda de calor.
Na mesma dose, considera-se que possui um poder analgésico e antipirético semelhante ao ácido acetilsalicílico (AAS). Os efeitos são máximos em 1-3 horas e duram 3-4 horas.
Ao contrário do AAS e de outros AINE, não apresenta atividade anti-inflamatória apreciável, exceto em algumas patologias não reumáticas, embora não seja importante. Uma vantagem em relação aos AINE é que não só não inibem a síntese de prostaglandinas a nível gástrico, como também parecem aumentá-la, pelo que não provocam efeitos gastro-lesivos. Da mesma forma, carece de efeitos antiagregantes plaquetários.
FARMACOCINÉTICA:
Via oral: absorção rápida e completa após administração oral, com biodisponibilidade de 75-85%. Após uma dose de 1000 mg, obtém-se uma cmax de 7,7-17,6 mcg/ml após 0,5-2 horas. Apresenta um importante efeito de primeira passagem saturável a partir de doses de 2 g.
Efeito dos alimentos: Os alimentos podem reduzir a taxa de absorção do paracetamol, embora não modifiquem substancialmente a quantidade absorvida.
Distribuição: após absorção sistémica, distribui-se amplamente pela maioria dos tecidos, atingindo concentrações semelhantes às concentrações plasmáticas. O seu Vd é de aproximadamente 1 l/kg. Tende a acumular-se especialmente no fígado e na medula renal. A distribuição é moderadamente rápida, com um t1/2 plasmático de 1-3 horas, podendo ser ainda mais rápida nos adolescentes. Apresenta uma baixa ligação às proteínas plasmáticas, cerca de 10%, podendo ser de 20-40% em doentes com sobredosagem aguda. É capaz de atravessar a placenta e a barreira hematoencefálica, detetando concentrações no LCR de 1,5 mcg/ml após a sua infusão intravenosa.
Metabolismo: sofre um metabolismo hepático intenso (90-95%) através de reações de conjugação, principalmente com ácido glucónico e sulfato.
As vias de metabolização são saturáveis em doses elevadas, principalmente a sulfatação, o que faz com que seja metabolizado por vias alternativas pelo citocromo P450 (CYP2E1) que gera metabolitos hepatotóxicos como a N-acetil-P-benzoquinona imina (NAPBI), que consome glutationa. O NAPBI é posteriormente metabolizado em cisteína e ácido mercaptúrico.
Capacidade indutora/inibitória das enzimas: não parece apresentar efeitos significativos.
Eliminação: metabolismo e posterior eliminação na urina, principalmente sob a forma de metabolitos glucuroconjugados (60-70%), e em menor grau conjugados com sulfato (20-30%) e cisteína (3%). Pequenas quantidades são obtidas inalteradas na urina (<3%). O seu t1/2 de eliminação é de 1,5-3 horas. Apresenta pequena excreção de bílis (2,6%).
Farmacocinética em situações especiais:
- Crianças: os neonatos podem ter um t1/2 ligeiramente mais longo (4-11 h), enquanto nas crianças mais velhas é semelhante ao dos adultos (cerca de 1,5-4,2 h).
- Idosos: podem apresentar t1/2 ligeiramente mais longo.
- Insuficiência renal: a eliminação pode estar reduzida em doentes com insuficiência renal terminal (ClCr < 10 ml/min).
- Insuficiência hepática: podem apresentar t1/2 ligeiramente mais longo, embora a capacidade de conjugação não esteja modificada.
INDICAÇÕES: Antidol Infantil 100 Mg/Ml solução oral: está indicado para adultos e adolescentes com mais de 15 anos e peso superior a 50 kg.
- Tratamento sintomático de dores de intensidade ligeira a moderada, como cefaleias, odontalgia, dismenorreia, dores musculoesqueléticas como contratura muscular, torcicolo, lombalgia, osteoartrite ou artrite reumatoide, nevralgias como ciática, dor de garganta, dores pós-operatórias ou pós-parto.
- Tratamento sintomático da febre.
POSOLOGIA:
Adultos: A dose recomendada é de 500 mg – 1 g de paracetamol a cada 4-6 horas, conforme a necessidade, de acordo com a intensidade dos sintomas. Em caso algum serão excedidos mais de 3 g de paracetamol em 24 horas. As mamadas devem ser espaçadas de, pelo menos, 4 horas. Evite administrar doses elevadas de paracetamol durante períodos prolongados, pois o risco de lesões hepáticas aumenta.
- Se a dor persistir por mais de 5 dias, a febre durar mais de 3 dias, ou a dor ou a febre se agravarem ou surgirem outros sintomas, deve ser avaliada a situação clínica.
- Para a dor de garganta não deve ser administrado por mais de 2 dias seguidos, sem avaliação da situação clínica.
População pediátrica:
- Devido à gravidade da toxicidade hepática e da morte que ocorreu em crianças que receberam doses excessivas de paracetamol, a posologia deve ser baseada no peso e devem ser utilizados dispositivos de medição calibrados. Avise os pais que o risco de sobredosagem e de danos graves no fígado aumenta quando é administrado concomitantemente mais do que um medicamento contendo paracetamol.
- A dose diária recomendada de paracetamol é de aproximadamente 60 mg/kg/dia, que se divide em 4 ou 6 tomas diárias, ou seja, 15 mg/kg de 6 em 6 horas ou 10 mg/kg de 4 em 4 horas.
- Crianças entre os 33 kg e os 42 kg de peso (aproximadamente 10 a 12 anos): 500 mg de paracetamol por toma, de 6 em 6 horas, até um máximo de 4 saquetas por dia.
- Crianças entre os 43 kg e os 50 kg de peso (aproximadamente 12 a 15 anos): 500 mg de paracetamol por dose, a cada 4-6 horas, conforme necessário, até um máximo de 5 saquetas (2.500 mg) por dia. Ou 650 mg de paracetamol por dose, de 6 em 6 horas, até um máximo de 4 saquetas (2.600 mg) por dia.
- Os adolescentes com mais de 15 anos e peso superior a 50 kg podem seguir a posologia para adultos.
- Não utilizar em crianças por mais de 3 dias seguidos sem avaliar a situação clínica.
Dosagem na insuficiência renal:
- CLcr 50-90 ml/min: não é necessário ajuste posológico.
- CLcr 10-50 ml/min: 500 mg/6 h.
- CLcr < 10 ml/min: 500 mg/8 h.
Dosagem na insuficiência hepática:
- Utilizar apenas sob supervisão médica, avaliando a função hepática no início do tratamento e periodicamente ao longo do mesmo.
- Recomenda-se evitar doses superiores a 2 g/24 h (via oral) ou 3 g (IV), com um intervalo mínimo de, pelo menos, 8 h.
REGRAS PARA UMA ADMINISTRAÇÃO CORRETA: O paracetamol pode ser tomado com ou sem alimentos. A administração oral em jejum acelera os efeitos do paracetamol, embora não a sua intensidade.
- Solução oral: A solução oral pode ser administrada diretamente ou diluída em água (preferencialmente), leite ou sumos de fruta.
CONSELHOS AO DOENTE:
- Pode ser tomado com ou sem alimentos. A administração sem alimentos acelera os efeitos analgésicos, mas não a sua intensidade.
- Não ultrapassar as doses recomendadas, nem utilizar por mais de 10 dias sem recomendação médica. Interrompa o tratamento assim que os sintomas desaparecerem.
- Consulte o seu médico e/ou farmacêutico se a dor persistir após 5-10 dias de tratamento (3-5 dias em crianças; 2 dias em caso de dor faríngea), a febre durar mais de 3 dias, ou os sintomas piorarem ou surgirem novos .
- Os doentes que consomem regularmente álcool em quantidades significativas (3 ou mais tomas diárias) devem limitar as doses de paracetamol para evitar lesões hepáticas.
- Em caso de sobredosagem, consultar um médico e/ou farmacêutico, mesmo que não surjam sintomas.
CONTRA-INDICAÇÕES:
- Alergia ao paracetamol ou a qualquer outro componente do medicamento.
- Doença hepática grave e ativa.
PRECAUÇÕES:
- Insuficiência renal: Os doentes tratados com doses elevadas durante longos períodos de tempo podem apresentar reações renais adversas, pelo que é recomendado monitorizar a função renal. Os doentes com insuficiência renal terminal (CLcr < 10 ml/min) devem espaçar as suas tomas com pelo menos 8 horas de intervalo. Não são esperados problemas especiais em caso de utilização ocasional.
- Hepatotoxicidade: Durante o metabolismo hepático do paracetamol são gerados compostos hepatotóxicos como a N-acetil-benzoquinona imina. Este composto é produzido em pequenas quantidades através do metabolismo do citocromo P450, uma via secundária para o paracetamol. No entanto, em doses elevadas de paracetamol pode ocorrer saturação das vias fundamentais (conjugação da glucorona e do sulfato), aumentando o papel deste citocromo, e a consequente produção de benzoquinona. Esta substância é rapidamente desintoxicada com redução do gasto de glutationa, transformando-se em cisteína e ácido mercaptúrico, e eliminada pela urina. Se a produção de benzoquinona for excessiva, ocorre depleção de glutationa no hepatócito e consequente lesão celular, o que pode levar a toxicidade potencialmente fatal. Esta hepatotoxicidade é uma reação adversa retardada, os sintomas surgem geralmente 2 dias após a sobredosagem e atingem o máximo após 4-6 dias.
- Em geral, a automedicação deve ser limitada, não devendo o paracetamol ser utilizado por mais de 10 dias sem aconselhamento médico e enquanto persistirem os sintomas que motivaram a sua utilização. Da mesma forma, não é aconselhável ultrapassar as doses diárias recomendadas de 4 g em adultos ou 60 mg/kg em crianças.
- Devido aos seus efeitos hepatotóxicos, e tendo em conta as suas indicações e a alternativa de outros analgésicos e antipiréticos, como regra geral recomenda-se evitar a sua utilização em doentes com doença hepática, incluindo insuficiência hepática, hepatite ou cirrose hepática, bem como em doentes com outros riscos de lesão hepática, como alcoolismo crónico, hipovolemia, desidratação ou desnutrição com baixos níveis de glutationa, ou tratados com outros fármacos hepatotóxicos.
- Nos doentes em que tal não é possível, sugere-se a sua utilização sob critério médico, após uma avaliação cuidadosa da relação benefício/risco. Recomenda-se avaliar a função hepática nestes doentes no início do tratamento e periodicamente ao longo do mesmo. Da mesma forma, as doses máximas a utilizar não devem exceder 2 g/24 h (VO) ou 3 g/24 h (iv).
- Alergia aos salicilatos: Os doentes alérgicos ao ácido acetilsalicílico não costumam apresentar reações de hipersensibilidade cruzada com o paracetamol. No entanto, foram notificados casos de broncospasmo ligeiro em doentes alérgicos ao ácido acetilsalicílico tratados com paracetamol.
- Discrasias sanguíneas: O paracetamol tem sido relacionado com alterações hematológicas como leucopenia, agranulocitose ou neutropenia. Em caso de tratamentos prolongados, pode ser necessária a realização de hemogramas periódicos.
- Determinação da funcionalidade pancreática: O paracetamol pode interferir no teste da bentiromida, uma vez que é metabolizado em arilamina, dando origem a um falso aumento do ácido para-aminobenzóico. Recomenda-se interromper o tratamento com paracetamol pelo menos três dias antes do teste.
- Recomenda-se precaução se o paracetamol for administrado concomitantemente com flucloxacilina devido ao risco aumentado de acidose metabólica com hiato aniónico elevado (HAGMA), particularmente em doentes com insuficiência renal grave, sépsis, desnutrição e outras fontes de deficiência de deglutição (p. , alcoolismo crónico). Recomenda-se uma monitorização cuidadosa, incluindo a medição da 5-oxoprolina urinária.
- Insuficiência cardíaca: foram observados retenção de líquidos e edema em alguns doentes, pelo que se recomenda extrema precaução em doentes com insuficiência cardíaca. Foram notificados casos de síndrome de Kounis em doentes com este tratamento. Esta síndrome tem sido definida como sintomas cardiovasculares secundários a uma reação alérgica ou de hipersensibilidade associada à constrição das artérias coronárias e que pode levar ao enfarte do miocárdio.
PRECAUÇÕES RELATIVAS AOS EXCIPIENTES:
- Este medicamento contém glicose. Os doentes com má absorção de glicose ou galactose não devem tomar este medicamento.
- Este medicamento pode causar reações alérgicas graves e broncospasmo porque contém caramelo de sulfito de amónio.
- Este medicamento contém azorubina como excipiente. Pode causar reações alérgicas, incluindo asma, especialmente em doentes com alergia aos salicilatos.
- Este medicamento contém sorbitol (E-420). Os doentes com intolerância hereditária à frutose não devem tomar este medicamento.
- Este medicamento contém glicose. A sua utilização em líquidos orais e formas farmacêuticas que permanecem em contacto com a boca durante um período de tempo pode causar danos nos dentes.
AVISOS ESPECIAIS:
- Embora não reduza consideravelmente a inflamação, foram obtidos efeitos muito positivos nos processos artríticos do joelho, provavelmente devido ao seu efeito analgésico.
- Monitorização:
- Função renal e hemograma em doentes tratados por períodos prolongados.
- Função hepática no início e periodicamente em doentes com elevado risco de hepatotoxicidade.
INTERACÇÕES: Em geral, não se prevê que as interacções com o paracetamol sejam graves, devido à sua utilização ocasional. Apenas nos doentes tratados com doses elevadas, especialmente se existirem outros fatores de risco para a hepatotoxicidade, ou em tratamentos de longa duração, é expectável que as interações tenham significado clínico.
- AINE: O paracetamol é habitualmente utilizado em associação com outros analgésicos, como o ibuprofeno, para o tratamento de processos febris em crianças. No entanto, deve ter-se em conta que a sua administração juntamente com AINE ou salicilatos em doses elevadas e por períodos prolongados. pode aumentar o risco de danos nos rins. Recomenda-se, por isso, não exceder as doses recomendadas e limitar o tratamento articular ao mínimo essencial.
- Anticoagulantes orais: Ao contrário dos AINE e do ácido acetilsalicílico, o paracetamol não tem atividade antiplaquetária nem afeta a coagulação sanguínea per se, pelo que é utilizado como analgésico de eleição em doentes tratados com anticoagulantes orais.
- No entanto, no caso de tratamentos prolongados e em doses elevadas, mas sem atingir doses tóxicas, poderia ocorrer um ligeiro efeito hepatotóxico, caracterizado pela diminuição da produção de fatores de coagulação hepática, podendo o INR destes doentes estar aumentado, com risco.
- Assim, recomenda-se monitorizar este parâmetro nesses doentes tratados com doses elevadas. O risco parece insignificante no caso de tratamentos ocasionais ou em tratamentos prolongados com doses < 2 g/24 h.
- Bussulfano: Risco de toxicidade devido ao bussulfano, uma vez que o paracetamol reduz os níveis de glutationa, substância com a qual o bussulfano é conjugado durante a sua eliminação. Recomenda-se evitar a administração de paracetamol, ou limitar a exposição se tal não for possível, nas 72 horas anteriores e durante o tratamento com bussulfano.
- Cloranfenicol: O paracetamol pode favorecer a acumulação de cloranfenicol reduzindo o seu metabolismo hepático, com risco de toxicidade hematológica. É aconselhável monitorizar o paciente.
- Medicamentos que atrasam o esvaziamento gástrico, como os anticolinérgicos ou o exenatido: Este atraso pode atrasar a absorção do paracetamol e o início do efeito, em vez da sua intensidade.
- Medicamentos hepatotóxicos: O paracetamol em doses elevadas exerce um efeito hepatotóxico. Recomenda-se evitar a sua coadministração com outros fármacos hepatotóxicos, bem como com álcool.
- Indutores enzimáticos (contraceptivos orais estrogénicos, barbitúricos, carbamazepina, fenitoína, rifampicina): O paracetamol é parcialmente metabolizado pelo citocromo P450, pelo que os seus níveis plasmáticos e efeitos terapêuticos poderão ser reduzidos se administrado em conjunto com um potente fármaco indutor do sistema microssomal hepático. Por outro lado, em caso de sobredosagem de paracetamol, o indutor poderia aumentar a toxicidade hepática como consequência de uma maior produção de metabolitos tóxicos gerados por este sistema enzimático.
- Inibidores enzimáticos (imatinib, isoniazida, propranolol): Foram notificados aumentos dos níveis plasmáticos de paracetamol por medicamentos com atividade inibidora do seu metabolismo.
- Inibidores da transcriptase reversa (didanosina, zidovudina): O paracetamol pode potenciar a toxicidade hematológica da zidovudina. Por outro lado, tanto a didanosina como a zidovudina poderiam promover hepatotoxicidade devido ao paracetamol.
- Lamotrigina: O paracetamol pode aumentar o metabolismo da lamotrigina, reduzindo os seus efeitos terapêuticos.
- Resinas de troca iónica (colestiramina, colestipol): Possível diminuição da absorção de paracetamol. Afaste a administração por uma hora.
Nos estudos realizados confirmou-se a ausência de interação farmacocinética significativa com adefovir, amantadina, anti-histamínicos H2 ou inibidores da bomba de protões, argatroban, cloroquina, eritromicina, lítio, metotrexato, oseltamivir, sucralfato, telmisartan ou zolmitriptano. Também não se verificou qualquer tipo de interação com bloqueadores alfa-1 adrenérgicos (doxazosina, terazosina), furosemida, letrozol ou zanamivir.
O paracetamol reduz ligeiramente a excreção urinária de diazepam, embora os níveis plasmáticos permaneçam inalterados.
O paracetamol não afeta a imunogenicidade das vacinas contra a gripe e pode reduzir os sintomas das suas reações adversas.
GRAVIDEZ:
Segurança em animais: não foram relatados efeitos teratogénicos em estudos com animais.
Segurança em seres humanos: Uma grande quantidade de dados em mulheres grávidas indica ausência de toxicidade fetal/neonatal ou malformações congénitas. Estudos epidemiológicos sobre o desenvolvimento neurológico de crianças expostas ao paracetamol no útero mostram resultados inconclusivos.
O paracetamol atravessa a barreira placentária. Foram realizados vários estudos de coorte sobre a segurança do paracetamol oral em mulheres grávidas. Estes estudos não mostraram um risco aumentado de malformação congénita, defeitos cardíacos ou aborto. Existem dados que sugerem que a sua utilização durante os dois últimos trimestres pode estar relacionada com um risco aumentado de sibilância no primeiro ano de vida da criança.
Foram registados alguns casos específicos de reações adversas graves em filhos de mães que receberam paracetamol durante a gravidez, incluindo anemia grave, hepatotoxicidade e nefrotoxicidade (as duas últimas fatais). No entanto, estes sintomas pareciam dever-se a uma sobredosagem por parte da mãe.
O paracetamol oral, nas doses recomendadas e utilizado prontamente, é considerado um analgésico/antipirético seguro durante a gravidez. Tem sido utilizado imediatamente antes do parto em mulheres com febre secundária a corioamnionite, tendo sido observada uma melhoria significativa do estado fetal e do recém-nascido após normalização da temperatura materna. No entanto, a sua utilização em doses elevadas ou por longos períodos de tempo pode estar relacionada com fenómenos de hepatotoxicidade fetal.
Pelo contrário, devido à falta de dados de segurança e eficácia nas mulheres grávidas, recomenda-se que se evite a sua utilização parentérica, a menos que os benefícios esperados superem os possíveis riscos.
Efeitos na fertilidade: Em ensaios com animais, o paracetamol resultou em atrofia testicular e diminuição da espermatogénese em doses elevadas. Não se sabe se estes dados podem ser extrapolados para humanos.
LACTAÇÃO:
- Segurança em animais: não existem dados disponíveis.
- Segurança em humanos: O paracetamol é excretado em pequenas quantidades no leite materno, atingindo concentrações no leite de 10-15 mcg/ml (semelhantes às concentrações plasmáticas) no prazo de 1-2 horas após uma dose de 650 mg por via oral. -2% da dose materna. Não foram encontrados paracetamol ou os seus metabolitos na urina do bebé, nem foram relatadas reações adversas na criança, exceto um caso de erupção cutânea maculopapular, que se resolveu sem sequelas quando a mãe interrompeu o paracetamol.
CRIANÇAS: O paracetamol é um medicamento analgésico-antipirético habitualmente utilizado em crianças, incluindo crianças pequenas. Contudo, como medida de precaução geral, a sua utilização em crianças menores de 3 anos deve ser realizada sob supervisão médica, devendo a sua utilização ser limitada ao mínimo possível.
Devido aos riscos de intoxicações graves e potencialmente fatais, recomenda-se monitorizar de perto a posologia em crianças, evitando doses superiores às recomendadas. Desta forma, deve ser utilizada a apresentação adequada que permita a dosagem precisa da criança, dependendo do seu peso.
É aconselhável consultar a posologia das diferentes apresentações para mais informações sobre a sua utilização em crianças.
IDADE AVANÇADA: Foi registada uma redução da eliminação em doentes idosos. Certos fabricantes recomendam reduzir a dose em 25% em relação aos adultos jovens, mas outros não consideram este cuidado necessário.
REAÇÕES ADVERSAS: O paracetamol é geralmente bem tolerado e as suas reações adversas são raras.
As reações adversas são descritas de acordo com cada intervalo de frequência, sendo consideradas muito frequentes (>10%), frequentes (1-10%), pouco frequentes (0,1-1%), raras (0,01-0,1 %), muito raras (<0,01%). %) ou de frequência desconhecida (não pode ser estimada a partir dos dados disponíveis).
- RAM ORAL:
- Hepático: raro (aumento das transaminases, aumento da fosfatase alcalina, hiperbilirrubinemia); muito raro (hepatotoxicidade, com icterícia).
- Cardiovascular: raro (hipotensão).
- Neurológico/psicológico: tonturas, desorientação, excitabilidade.
- Geniturinário: alterações renais muito raras, como turbidez urinária e perturbações renais.
- Alergénio: reações de hipersensibilidade muito raras, com sintomas que variam desde erupções cutâneas e urticária até anafilaxia.
- Hematológico: trombocitopenia muito rara, agranulocitose, leucopenia, neutropenia, anemia hemolítica, metemoglobinemia. O tempo de protrombina poderá estar aumentado, embora não pareça significativo.
- Metabólico: hipoglicemia muito rara.
- Analítico: foram descritas alterações analíticas como aumento da lactato desidrogenase, aumento da creatinina sérica, aumento dos níveis de amónia, aumento do azoto ureico.
- Por outro lado, o paracetamol poderia interferir na determinação analítica do ácido úrico e da glicose, bem como na monitorização da teofilina. Pode também dar falsos positivos na determinação do ácido 5-hidroxi-indolacético quando se utiliza nitrosonaftol como reagente.
- Geral: mal-estar geral raro.
SOBREDOSAGEM:
- Sintomas: o paracetamol pode provocar intoxicações muito graves e potencialmente fatais. A toxicidade pode começar a ocorrer com doses únicas de 6 g em adultos ou 100 mg/kg em crianças. Doses superiores a 20-25 g são potencialmente fatais. Doses crónicas superiores a 4 g/24 h podem resultar em hepatotoxicidade transitória. No entanto, os doentes tratados com outros fármacos hepatotóxicos, indutores enzimáticos ou com alcoolismo crónico poderiam ser mais susceptíveis aos seus efeitos tóxicos, necessitando de doses mais baixas para produzir toxicidade.
- A hepatotoxicidade pode surgir com Cp do paracetamol superior a 120 mcg/ml às 4 horas e 30 mcg/ml às 12 horas. Níveis de 300 mcg/ml 4 horas após sobredosagem estiveram relacionados com fenómenos de hepatotoxicidade em 90% dos doentes.
- A sobredosagem de paracetamol segue quatro estádios clínicos característicos:
- Fase I: surge algumas horas após a sobredosagem e até às primeiras 24 horas. Apresenta-se com mal-estar geral, náuseas e vómitos, dor abdominal, palidez, transpiração excessiva e anorexia. A funcionalidade hepática e os parâmetros hepáticos são normais.
- Fase II: ocorre dentro de 24-36 horas após a sobredosagem. Começam a surgir sintomas de lesão hepática, como dor abdominal no quadrante superior direito e aumento dos níveis de transaminases e bilirrubina e do tempo de protrombina.
- Fase III: ocorre 72-96 horas após a sobredosagem, e coincide com o pico de hepatotoxicidade, com elevações das transaminases até 10.000 U/L e ainda maiores, aumentos de bilirrubina, glicose, lactato e fosfato, bem como elevação da protrombina tempo . O doente pode apresentar encefalopatia e coma. Da mesma forma, foram por vezes notificados necrose tubular renal e envolvimento miocárdico. A morte pode ocorrer por insuficiência hepática fulminante com necrose hepática.
- Fase IV: ocorre 7-8 dias após a sobredosagem. Recuperação dos doentes que sobreviveram à etapa anterior.
- O risco de intoxicação grave por paracetamol depende da via de administração, bem como das condições de utilização do medicamento. Desta forma, não se prevê a ocorrência de intoxicações graves em caso de sobredosagem com supositórios (sim, devido à sua ingestão, embora esta não seja frequente), ou em caso de injetáveis (devido ao seu uso hospitalar, com controlo sanitário, apesar da facto de terem ocorrido intoxicações graves devido à confusão da dose na quantidade de paracetamol ou no volume da solução injectável). No entanto, em nenhum caso pode ser descartado.
- Tratamento: em caso de sobredosagem oral, e preferencialmente nas 4 horas após a ingestão, será realizada aspiração e lavagem gástrica, juntamente com administração de carvão ativo, reduzindo a absorção do paracetamol.
- A N-acetilcisteína é o antídoto específico para a sobredosagem de paracetamol. A N-acetilcisteína pode ser utilizada por via oral em adultos e por via parentérica em adultos e crianças.
- Via IV: a dose a administrar é de 300 mg/kg, durante um período de 20 horas e 15 minutos, de acordo com o esquema seguinte:
- Adultos: inicialmente 150 mg/kg (equivalente a 0,75 ml/kg de solução aquosa a 20%, com pH 6,5) por via intravenosa lenta ou diluído em 200 ml de soro glicosado a 5%, durante 15 min.
- De seguida, 50 mg/kg (0,25 ml/kg de solução aquosa a 20%, com pH 6,5) diluídos em 500 ml de soro glicosado a 5%, sob infusão intravenosa durante 4 horas.
- Por fim, 100 mg/kg (0,50 ml/kg de solução aquosa a 20%, com pH 6,5) diluídos em 1000 ml de soro glicosado a 5% em perfusão intravenosa durante 16 horas.
- Crianças: será administrado o mesmo regime, embora o volume das soluções de perfusão seja ajustado à idade e ao peso da criança para evitar a congestão vascular pulmonar.
- A eficácia do tratamento parentérico com N-acetilcisteína é máxima quando administrado nas 8 horas após a sobredosagem, reduzindo gradualmente a partir daí até se tornar ineficaz às 15 horas.
- A administração de N-acetilcisteína pode ser suspensa quando os níveis plasmáticos de paracetamol forem inferiores a 200 mcg/ml.
- Via oral (apenas adultos): inicialmente 140 mg/kg, seguido de 17 doses de 70 mg/kg/4 h. A dose deve ser diluída em água, refrigerantes à base de cola ou sumo de laranja ou uva até uma concentração final de 5%, pois tem um sabor desagradável e pode provocar irritação ou esclerosação. Se a dose for vomitada no espaço de 1 hora, a sua administração será repetida.
- Se necessário, será administrado diluído em água através de uma sonda duodenal.
- Se o doente apresentar sintomas de hepatotoxicidade, a função hepática deve ser monitorizada a cada 24 horas.
- Via IV: a dose a administrar é de 300 mg/kg, durante um período de 20 horas e 15 minutos, de acordo com o esquema seguinte:
Folheto informativo : Antidol Infantil 100 Mg/Ml 1 Frasco Solução Oral 90 Ml